Dos 4 anos da Little Princess

O sábado começou de forma triste. Seria o primeiro fim de semana da Little Princess com o Pai. Deixei-a no portão já com as lágrimas nos olhos. Nem fui capaz de acenar um adeus. Virei as costas e agarrei-me à minha Mãe. Chorei. Não ia estar com a minha menina. Não ia dormir com ela. Não ouvir o seu “bom dia”. A casa ia estar vazia e eu também. Mais: no dia a seguir era o seu aniversário e eu não seria a primeira a dar-lhe os parabéns. O primeiro beijo não seria o meu.

À tarde tocou o telefone. Ela chorava a dizer que tinha saudades minhas. Queria regressar à nossa casa e dormir comigo.

E assim foi. Toda a minha aflição passou quando a voltei a tê-la em casa, a ouvi-la cantar, brincar, a chamar “Mamã”.

No dia a seguir foi o seu aniversário e eu fui a primeira a dar-lhe um abraço. Daqueles abraços de mãe e filha, sentidos, calorosos, cheios de amor. Nunca um aniversário dela me comoveu tanto. Queria que ela não sentisse grande diferença dos anos anteriores e acho que consegui. Fiz-lhe uma festa, cheia de balões, cheia de família,  de presentes, de amor, de brincadeiras, das coisas que ela gosta, de gargalhadas e de abraços. No final, depois do bolo comido, ouvia-a dizer à minha Mãe “estou tão orgulhosa da minha festa e de terem vindo comer o meu bolo…” Ela estava feliz. E eu também.